Pré-secado (Silagem, Haylage)

A utilização da ensilagem como técnica de conservação de forrageiras tropicais é uma prática que já é usada á muito tempo nos EUA e vem sendo adotada com frequência no Sudeste e Centro-Oeste do Brasil, como alternativa para a fenação que, invariavelmente, é prejudicada pela ocorrência de chuvas durante o processo de secagem, acarretando perdas de qualidade na forragem a ser conservada.

Diversas espécies forrageiras têm sido estudadas no sentido de se encontrar alternativas para a conservação na forma de silagem, e entre elas destaca-se os capins tropicais: Estrela Roxa, Coast-Cross e Tifton-85, pertencentes ao gênero Cynodon e as plantas de clima temperado, como Aveia, Triticale, Azevém e Alfafa. De maneira geral, estas plantas apresentam limitações ao processo de ensilagem, pois apresentam baixos teores de matéria seca, de açúcares solúveis e elevados valores de poder tampão no estádio de maior valor nutritivo, justificando, assim, o uso de técnicas que promovam a redução da umidade no momento da ensilagem e evitem fermentações secundárias, com perdas significativas na qualidade do produto final.

Uma das técnicas que vem sendo utilizada para este propósito é a pré-secagem, que promove a redução do teor de umidade das forrageiras (muchamento) pela exposição direta da forragem (após corte) ao sol por períodos de 4 a 6 horas. É preciso esclarecer que o produto é uma silagem, portanto, sofreu um processo fermentativo que vai permitir a sua conservação, diferentemente do feno que se conserva apenas pela desidratação. Tentando evitar essa confusão, o professor Dr. Vagner Lavezzo sempre recomendou o uso do termo silagem emurchecida para a silagem produzida a partir de uma forragem que sofreu uma desidratação parcial antes de ser ensilada, seja em silos tipo trincheira ou em fardos envolvidos por filmes plásticos.

Outra característica importante refere-se ao menor tempo de exposição às intempéries climáticas, reduzindo em grande quantidade a probabilidade perda do capim por uma chuva ou secagem excessiva gerando perda de folhas, que refere-se ao principal fator a comprometer a qualidade do feno dessa forrageira.

 

Fases do Processo de Pré-Secagem

O corte das plantas forrageiras destinadas à ensilagem deverá ser realizado quando as plantas estiverem no estádio vegetativo, ocasião essa em que a planta se encontra no “ponto de equilíbrio”, entre a produção de matéria seca e a qualidade nutricional. A forragem cortada é espalhada no campo para secar e a perda de umidade é intensa nas plantas ainda vivas. Uma vez que o caule e as folhas foram separados das raízes e a umidade perdida não é reposta, iniciando assim a secagem ou murchamento, que consiste na primeira fase do processo.

As plantas forrageiras no momento do corte apresentam teor de umidade entre 80% e 85%, que se reduz rapidamente para 65%. A secagem é rápida envolvendo intensa perda de água. Numa segunda fase de desidratação o metabolismo da planta continua e pode se prolongar quando a forragem é densa na leira, a umidade relativa do ar é baixa ou a circulação do ar é pequena entre o material cortado.

Numa terceira etapa tem início quando a umidade da planta atinge cerca de 45% a 50%, sendo esta etapa mais sensível às condições climáticas do que as anteriores, principalmente a umidade relativa do ar e a incidência de radiação solar. É nesta etapa, ou próximo a ela, que a forragem é recolhida e na seqüência ensilada, reduzindo, assim, os riscos de perda da forragem ensilada em relação ao feno. O produto final apresenta então ao redor de 50 % de matéria seca (MS) e é denominado de pré-secado ou haylage (em inglês tem-se: hay = feno, silage= silagem), uma mistura de silagem com feno. Nesse momento o capim e enfardado em fardos redondos de alta compactação chegando a 400 kg ( dependendo de maquina utilizada) e após o enfardamento e aplicação do filme plástico para inibir o contato com o ar promovendo a fermentação do mesmo e assim a sua conservação.

 

Vantagens para o consumidor :

  • Transporte e estocagem - O transporte e a estocagem são pontos que favorecem o pré-secado. Uma carreta transporta apenas 7 mil quilos de feno, por causa do volume, mas pode levar 18 mil quilos de capim embalado.
  • O pré-secado pode ser deixado no campo, perto do local de consumo, por até um ano, sem perder o valor nutritivo.
  • O pré-secado não tem custo de armazenamento, ao contrário do que ocorre com o feno, que ocupa muito espaço coberto.
  • O ganho de tempo para a embalagem do capim é outra vantagem do pré-secado. A gramínea cortada para feno precisa ser seca a campo por três a cinco dias, dependendo da quantidade de sol. "Se nesse tempo chover, perde-se o capim." O pré-secado pode ser embalado no dia seguinte ou no mesmo dia ao corte dependendo da condição climatica. A desocupação mais rápida da terra é vantajosa para se iniciar um novo ciclo vegetativo do campim na época de chuva.

 

Apresentação do Produto

O produto e apresentado em fardos cilíndricos embalados de 1,20m (largura) por 1,25m (altura) e peso aproximado de 400 kg.

Fenoeste | Pré-secado